Espinhos

(Talvez 2? Já tenho um conto chamado Espinhos? Bom tem gente que também se chama Alex. Esse conto se chama Espinhos)

Palavras finais: são sempre as palavras finais. Não há ensaio. Ilusão. É sempre o derradeiro momento desconhecido que trás o novo. A destruição é criação em uma só ideia, consumida sem bebida, no local.

É sem devolução. Tem coragem? De abrir o peito e tomar o vento? De sujar as mãos.

Hoje é o dia da revolução. Não há ninguém nas ruas. Você está sozinho pronto pra sujar as mãos.

Estou revendo conceitos. Conceitos anteriores estavam fazendo volume aqui. Não precisava deles. Jogar fora. A entropia pelo jeito vai esperar. Por enquanto me movo no cosmo por uma pulsão incompreensível. Não é minha a energia. Não são minhas mãos que escrevem. Algo ou… não um… pensa e faz isso. O ego só pensa que faz. Precisa de um álibi. E o tem! Dizem que o ego sequestra a individuacao. Pois então estamos envolvidos em uma dança. Fatal. Onde o ego usa o satori e o satori sobe nas costas do ego. É uma dança caótica. Deixo a ordem pra quando este corpo descansar morto em caixão debaixo da terra. Estava morto a muito tempo. Desde que o tempo é tempo até o dia qu eu nasci. Na verdade não lembro. É um grande vazio aqui, na beira do universo. Quem diria que não precisamos viajar tão longe. Está tudo vindo em minha direção aqui na terra mesmo. Que perda de tempo foi construir um colisor de partículas. Telescópios. Está bem na minha frente agora. O vulto. O ponto cego. E então a existência vem avassaladora. A onda de tudo. De terra, de medo, de amor, de libido, de sono, de TOC, de preocupações, de cálculos, memórias, cheiros, luz, tato, sons, gostos particulares. Conheci um homem certa vez que conhecia o gosto das coisas, mas eu disse pra ele: você nunca conhece. Você categoriza. São memórias. Só se conhece o gosto quando a coisa toca a língua. Ou quando a língua toca a coisa. Quer conhecer tudo de longe, do alto de suas inúmeras palavras inventaras para definir… como você é limpinho e organizado. Eu estou LAMBENDO FERRO DE REVÓLVER. Esse eu já sei, você também conhece. Tem gosto metálico. Eu gosto de você. Uma enciclopédia. Um dicionário. Você está se escondendo. Por quanto tempo? Não és diferente de mim. Eu não sou especial. Eu sou você. Apareça.

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