Mestre

Suas mãos mergulhavam direto na argila e a forma nascia. A mão pensava junto com a mente. Um dedo pressionava aqui, outro alisava ali – cada gesto era simultaneamente pensamento e ação.

O jovem perguntou: “Mestre, você não revisa? Não planeja?”

O Mestre respondeu: “A revisão é o inimigo da forma pura. A primeira impressão da mente na matéria é a mais verdadeira. O caminho mais curto é não ter caminho – é ser o caminho.”

Parou por alguns segundos de trabalhar. Fitou o jovem com olhar desconfiado, e esbravejou: “Mestre... É cada uma... Vosmece não se aprume não que eu lhe meto a rola em você viu besta fera.”

O jovem riu da brincadeira.

Mas o mestre apenas manteve o mesmo semblante. Esculpido em sua face, o hunter eyes.

O jovem ficou sério e preocupado. Um pouco envergonhado. Ensaiou, mas achou melhor não perguntar: “Será que o mestre... teria mesmo coragem de me comer assim, por coisa pequena, coisa besta sem motivo?”

O jovem viveu por mais cinquenta anos após a morte do mestre. Se tornou, também, ele próprio um mestre da argila. Podendo observar outros jovens como ele também fora um dia.

Todos os dias se perguntava, olhando para algum dos jovens, a mesma coisa: “Agora mestre... Teria eu... Coragem... Mesmo sem a menor vontade, mas apenas de maneira arbitrária... De traçar um desses pivete?”

Nem mesmo na argila esculpida para isso encontrou resposta.

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