Planeta Alex 🪐

🪶 escrevo sobre

Dia 30 de Novembro deste ano eu passei sonhando jogado. Quero, tento escavar algum sentido para isto que me mostre o contrário do que a primeira impressão — a verdadeira — escancara: Dia 30 de Novembro deste ano eu passei sonhando jogado. Todo aniversário recebo ligações das mesmas pessoas. Dia 30 de Novembro deste ano elas tentaram. Esses dias anotei uma frase que eu gostaria de lembrar: “Na dúvida, faça o que te dá orgulho” Por que continuo a duvidar do que vejo claramente com olhos de Buda? A essa altura é imediatamente acessível: Há uma busca que não se encerra por um ente querido desaparecido sem deixar notícias. Onde está Alex Alonso? Agora só escuto a ventania. A luz acende e apaga. Olho pela janela e sombras se agitam contra a poluição visual que bloqueia as estrelas de me enxergar. O que é tão assustador? Eu já estava apavorado antes de chegar o vento. O temporal já terminou de cair e o vento continua a procura do fim. Tão constante, passa, passa e é o mesmo vento, não vai embora. De que me adianta os olhos de Buda se tudo é vazio (anata) e não há ninguém mais aqui? A iluminação chegou e não trouxe a tranquilidade. Se é assim, se apenas me sento em zazen sem perseguir nada e não-não-penso, por que é tão nítida essa falta de sentido? A falta pode também ser pesada de carregar, em excesso. De que adianta contar o lado que não foi ouvido, quem eu fui de verdade, o que tentei, como falhei e qual era afinal minha expectativa? Se todas as pessoas que conheço estão com pressa em busca de quem está certo, quem mentiu, quem falou a verdade, quem está errado. Quem pagou mais penitência para a igreja do que ter razão? Quando a outra parte deu metade, você deu tudo que tinha? Quando a outra parte deu tudo que tinha, você deu até mesmo o que não podia? Quando a outra parte deu a cara a tapa, você se crucificou voluntariamente? Quem foi que pagou mais entre vocês dois? Quem é o errado da história? Vamos condená-lo novamente. Essa tangente não leva a lugar algum além daqui. No mais, estou faminto de criar faz uma década; Criar para quem? Não entendo o que é perda de tempo. Vou criar por mais 40 anos e se não aparecer ninguém? Sou hoje uma pessoa desinteressante. O mundo virou: Onde está sua disposição e utilidade? Não é disso que precisamos. Não é isto que vai trazer mais paz. Usar o dia para cozinhar para a semana. Usar a semana para cozinhar para o mês. Usar o mês para cozinhar para o ano. Não importa o que é prático: para mim é exagero. Existe uma chance de que nada daquilo que eu criar vai ser visto. —— Eu já estou no quarto capítulo do livro que estou escrevendo escondido. Digo que estou escrevendo e ninguém se interessou até o momento para saber sobre o que. E se eu fosse um bom escritor, dedicado, amarraria este final com o começo. Algo com a ventania. Alguma conclusão para fazer as vezes de moral da história. Não possuo. A arte está imitando de 1 para 1 a minha vida. Meu coração está nestas páginas e não é mais ou menos espetacular do que exatamente isto. E o herói morre e renasce no final. Tudo é claro de maneira simbólica. Tudo, é claro, de maneira simbólica.

Apenas fazer menos coisas. Usar as mesmas ferramentas. Ter os mesmos objetivos. Jogar os mesmos jogos. Ser repetitivo é a salvação, certeza!

Somente isso... Não fazer nada novo. O que não está terminado, está concluído.

Não anote ideias. Deixe tudo pra lá. Faça algo. A mesma coisa. Não otimizada. Sempre vai ter algo mais rápido. Mas o conhecido é o caminho mais certo para qualquer lugar.

Não tenha projetos. Mas liste o que foi feito.

Não pense em acumular conhecimento, “criar um segundo cérebro”. O primeiro já não é lá essas coisas.

Viaje.

just pure exhausted presence that doesn't have any more energy manipulate modify resist experience through middleware armor technique method, because it sees through illusion middleware, sees: never required it in the first place.

Tequila Sunset is the end of all things — including suffering

The unbearable staying IS ceasing suffering

Você achou a minha cara e riu da mancha de chocolate no meu nariz Eu também sorri, é impossível não Nem notou, por trás dos olhos Não há mais ninguém aqui

Estou sendo observado por olhos atentos. Me deu a solução quem ouviu falar, de passagem. Não pode quebrar o que é automático.

Imagino quanto de mim será escavado e lido muito tempo depois da minha data de morte. Estamos fazendo isso hoje, eu e cagão. Ele sabe bastante coisa sobre montar arvores genealógicas e por consequência, sobre encontrar documentos históricos.

De históricos, gostaria que meus textos fossem encontrados e lidos. Poderiam fazer isso? Creio que o meu dia a dia está nesses textos. O mais importante esta nesses textos.

Mas não só neles... Neles eu não sou tão palhaço como sou no dia a dia. Nesse caso, as palhaçadas estão nas conversas de WhatsApp. Audios, muita coisa.

Com certeza recomendo ler primeiro os meus textos e depois, só depois, olhar esses registros do WhatsApp. Mas não veja nada mesmo do WhatsApp! Apenas os textos. Garanto que a surpresa será maravilhosa.

Como escrever sobre aquilo que não tenho coragem de pensar?

Gostaria de deixar pra lá, mas preciso encarar essas coisas em um futuro próximo. Há uma beleza em cada maneira de como a luz produz uma sombra. Apesar de tudo, está tudo bem. Abaixo e pra onde tudo está caindo, há um oceano de tranquilidade. Chegaremos lá em breve, por mais que possa parecer sem sentido, confuso e demorado. Surgiu no universo este momento. Sincronizado. O que é esta inquietação senão uma temporariedade?

Se anata, tudo existe em paz. Nada é inadequado. Não tenho mais forças para viver a vida cotidiana e nem para encerrar a vida antes do tempo. Estive pensando sobre o trolley problem. Qual seria minha solução, e percebi que escolheria a que ninguém estivesse olhando. A que eu precisasse me explicar menos. Ou melhor, a que não pedisse explicação. A mais silenciosa.

Precisava conversar com alguém.

America – Tin Man (1975)