Planeta Alex 🪐

🪶 escrevo sobre

(Talvez 2? Já tenho um conto chamado Espinhos? Bom tem gente que também se chama Alex. Esse conto se chama Espinhos)

Palavras finais: são sempre as palavras finais. Não há ensaio. Ilusão. É sempre o derradeiro momento desconhecido que trás o novo. A destruição é criação em uma só ideia, consumida sem bebida, no local.

É sem devolução. Tem coragem? De abrir o peito e tomar o vento? De sujar as mãos.

Hoje é o dia da revolução. Não há ninguém nas ruas. Você está sozinho pronto pra sujar as mãos.

Estou revendo conceitos. Conceitos anteriores estavam fazendo volume aqui. Não precisava deles. Jogar fora. A entropia pelo jeito vai esperar. Por enquanto me movo no cosmo por uma pulsão incompreensível. Não é minha a energia. Não são minhas mãos que escrevem. Algo ou… não um… pensa e faz isso. O ego só pensa que faz. Precisa de um álibi. E o tem! Dizem que o ego sequestra a individuacao. Pois então estamos envolvidos em uma dança. Fatal. Onde o ego usa o satori e o satori sobe nas costas do ego. É uma dança caótica. Deixo a ordem pra quando este corpo descansar morto em caixão debaixo da terra. Estava morto a muito tempo. Desde que o tempo é tempo até o dia qu eu nasci. Na verdade não lembro. É um grande vazio aqui, na beira do universo. Quem diria que não precisamos viajar tão longe. Está tudo vindo em minha direção aqui na terra mesmo. Que perda de tempo foi construir um colisor de partículas. Telescópios. Está bem na minha frente agora. O vulto. O ponto cego. E então a existência vem avassaladora. A onda de tudo. De terra, de medo, de amor, de libido, de sono, de TOC, de preocupações, de cálculos, memórias, cheiros, luz, tato, sons, gostos particulares. Conheci um homem certa vez que conhecia o gosto das coisas, mas eu disse pra ele: você nunca conhece. Você categoriza. São memórias. Só se conhece o gosto quando a coisa toca a língua. Ou quando a língua toca a coisa. Quer conhecer tudo de longe, do alto de suas inúmeras palavras inventaras para definir… como você é limpinho e organizado. Eu estou LAMBENDO FERRO DE REVÓLVER. Esse eu já sei, você também conhece. Tem gosto metálico. Eu gosto de você. Uma enciclopédia. Um dicionário. Você está se escondendo. Por quanto tempo? Não és diferente de mim. Eu não sou especial. Eu sou você. Apareça.

A geometria é maravilhosa no papel e no plano 2d. Onde uma linha encontra outra linha. Três linhas criam uma forma... E há padrões espaciais primitivos que são tranquilo de sacar.

Vamos lá. Tentei focar no FocsMate, usando um body doubling. Para ter uma ideia do TDAH, e como essa tentativa foi um estudo de caso: 1. Eu cheguei atrasado 1 minuto porque estava mandando coisas para o Nucci no whatsapp sobre o blog aqui. Mostrando como eu faço pra escrever. Que ao ir pra home do site, o WriteFreely mostra a página de novo post com a palavra: Write... E pra circular a paralisia de escrita, eu escrevo primeiro e coloco o titulo depois. Dessa forma eu dou um nome para o que eu escrevi sobre. E eu escrevo sobre qualquer coisa que esteja acontecendo. Por exemplo neste momento estou correndo. Me dei 10 minutos para escrever este post, senão eu vou ficar pensando no que escrever, como colocar as palavras, etc... E eu só abri o writefreely e comecei a escrever. E veja só: está saindo, não é? Chegamos até aqui com algumas ideias completas, apesar das digressões.

Até mesmo uma digressão tem uma ideia completa. É digna. Não deve ser medida como uma distração! E sim como produto do acaso. As melhores ideias nascem durante as digressões. E algumas também morrem pra digressão nascer. A questão é: Onde você está pensando, agindo, escrevendo, falando, há espaço para digredir, completar a ideia da digressão e retomar o ponto de partida inicial até o fim? Muitas vezes não, pois as pessoas estão geralmente ocupadas em terminar coisas bem específicas. E isso é ótimo, senão o escritor viveria no mundo da digressão. Que é o sonho dele. Mas também é o pesadelo. Apesar de tudo, gostamos de completar as coisas.

Atrasado 1 minuto, as 11:31, me colocaram com outro body doubling. Uma mulher, acho que o nome dela era Claire, sei lá, eu esqueci. Me deu as boas vindas, pois o FocusMate disse que eu estava começando. E ela foi bem gentil mas direta. Não me deixou me estender, o que apreciei, e já foi direto para o foco. Bora lá chefe.

Bom, dos 50 minutos, eu passei: – 10 fechando abas e decidindo o que fazer (pensei que levaria 1) – 15 pedindo para o Claude gera um Artifact de pomodoro (pensei que levaria 2 ou 3) > Aqui preciso fazer justiça. Eu tive uma ideia foda de UI de pomodoro. Valeu a pena demais. Vou até lançar, quem sabe? – 20 minutos debugando porque caralho o mouse fica indo pro monitor do Mac e saindo do monitor LG... Achei que era teclado. Abri o Keyboard Viewer, que mostar oque que ta sendo apertado. Fui JOGADO pelo Claude achando que borda laranja era botão apertado, que talvez a Clarice tivesse batido e dado curto na tecla.... no chiclete. E no final, porra nenhuma. Borda laranja marca “Dead key”. Dai nesse pique ketchup mostarda maionese, eu cai em fazer backup de settings do Mac, porque o Clade me meteu uns comando que desabilita uns settings de “power nap” algo assim do monitor pra ver se funcionava. Naquele “You're absolutely right”. No fim... eu encontrei o mackup e usei 20 minutos pra entender e reclamar que não roda do MacOS Sonoma pra frente. Na verdade quebra. Ainda bem que eu li.

O Cursor me recomendou um chamado macprefs. Mas eu não gosto muito de ficar adicionando taps.

Tap | no Homebrew

Um tap é um repositório adicional com pacotes adicionais (formulae e/ou casks). Geralmente é um repositório do github. <username>/<repo>. Bem simples. O repo porém trás N packages, e não só um igual nos package managers de NeoVim.

brew tap homebrew/cask-fonts # esse é do próprio homebrew
brew tap mongodb/brew # mas pode ser da comunidade (uso principal de tap)

Ai eu posso instalar packages que estão nesses repositórios.

brew install font-fira-code # pega do cask-fonts
brew install mongodb-community # pega do mongodb/brew

Ain mas eu quero ver quantos taps eu tenho acumulado na mega sena

$ brew tap

ankitpokhrel/jira-cli
heroku/brew
homebrew/bundle
homebrew/services
kardolus/chatgpt-cli
koekeishiya/formulae
nikitabobko/tap
sachaos/todoist
xo/xo 
xwmx/taps

Medonho, não é? O que um distro hopper pode fazer ao longo de 2 anos.

xo/xo é foda....

Mas eu posso remover...

$ brew untap xo/xo

Error: Refusing to untap xo/xo because it contains the following installed formulae or casks:
usql

medonho... mas tudo bem

Agora são 13h03.

13h04 – edit

E a Sarah? Ou Claire? Ficou por Onde?

Cara, ela pediu pra eu fechar o mic, no chat, porque eu tava pigarreando alto para caralho. Em algum momento. E no final ela só sorriou, acenou e vazou pra continuar trampando. Pessoal não quer perder tempo mesmo. Só eu que quero. Só eu estou fugindo do vazio que é ter a potencia domesticada para uma atividade nada criativa. A libido é alta demais pra me controlar. Pra seguir as regras. A força criadora cresce maior do que as grades. Mas... Ainda está presa.

A raiz de tudo é afetiva. Mas body doubling produtivo assim não adianta nada.

Vou tentar de novo. Pra me provar errado.

A única certeza na vida não é a morte. A única certeza na vida é a vida. É que estamos vivos. Só os vivos podem ter certeza. Os mortos não. Eu não gosto da palavra “morto”. Eu preferiria que a palavra para morte fosse vivido. No cemitério quando olhássemos para as sepulturas que vão até o horizonte, o que estamos vendo? Os mortos? Não. Os vividos. Quando vermos um nome: José Miguel, 1922 – 1997, nao ver alguém que agora está morto, mas sim alguém que viveu. Ainda está morto, mas a palavra vivido pinta a realidade com uma cor que se esconde mas e muito mais bonita. O que está em movimento hoje no mundo foi posto por aquela gente que o corpo parou. Consegue ver isso? O mundo é uma construção. Alguém construiu. Nossos ancestrais, vivos ou vividos.

Coleção: Dias De Mistério

Janice sentou-se pendurada na borda da janela de seu apartamento. Quando era criança assustava sua mãe. Dessa vez assustava o bairro inteiro. Um detalhe muito simples muda tudo: Sentou-se com as pernas viradas para o lado da rua. Sua mãe estava muito longe dali e o último encontro entre as duas foi muito breve e há muito tempo. Na vida, Janice teve tempo para culpar sua mãe pelos traumas, mas foi só isso. O destino de Janice é o chão do asfalto, mas ela ainda não sabe disso.

O monstro saiu de dentro do orquidário. Os olhos vermelhos por baixo da verde couraça espessa. Raizes corriam seu corpo em forma de veias, bifurcações fractais. Janice virou-se com um susto, como se a presença dele fosse inevitável. Ao fita-lo, o coração pulou para a boca. Gritou e foi mais baixo do que esperava, a voz sumia. – O novo é sempre assustador. – a voz improvável Mais um grito. Não havia tempo a perder. Para Janice era assustador e novo. Diante do terror, não imaginaria que do outro lado era o contrário. Era antigo e o mundo lhe era muito familiar. Era muito antigo. – Durma.

Os transeuntes notaram uma mulher dormindo de dia na beira do asfalto.

Saca só esse bagulho aqui Eidos Era isso aqui que eu queria o tempo todo e não sabia pedir.

Ele tava querendo... Mas não tava sabendo pedir...

Esse é um aspecto do pensamento humano. Como eu descrevo algo que é uma solução para um problema que o outro não entendeu, pra começo de conversa, o problema?

Apesar de eu ter aprendi que é melhor ficar quieto, pois há uma lei da ignorância convencional humana que é: – Se não resolve o seu problema... você é o problema.

Que pode ser fácilmente DRIBLADA, utilizando a carta coringa: Não contando para ninguém. Guardando para você.

É assim que alguém muito falante se torna uma pessoa “reservada”. O sentimento é muito explicito do tipo: “este animal, diante de mim, está com pressa...”

Essa é uma heurística, se essa é a palavra... muito boa. O animal nessa fase da vida está sempre com pressa de chegar e ir. Então ele está em um constante indo para algum lugar e já tendo que ir embora. Isso ao mesmo tempo. Importante destacar. Pois, onde quer que este animal esteja, ele já está em algum lugar onde ele estava com pressa de chegar. E agora, ele está de novo com pressa de ir. O resumo é que a pressa é um estado de espirito. Quem tem pressa não sara depois de chegar. Vai ter pressa ainda pra alguma outra coisa. Só muda o passageiro do carro. Do carro da pressa. Mas o carro continua rodando.

Então no mundo da pressa, é melhor ficar quieto. Escreve para você. Pensa e guarda. Porque o apressado vai atropelar o que quer que você coloque diante dele.

Não maltrate suas ideias.

Como você vai criar algo, se mal consegue levantar da cama? É obvio que o desejo e o ato da criação é uma resposta. Uma resposta a pergunta que é feita várias vezes ao dia:

E agora? Que eu não funcionei. O que?

Não é uma fuga, como parece. É uma resposta para quando não fugi, bati de frente, e perdi. É um modo de recolher as peças. É insano porque no ato as partes estão procurando uma a outra, para se reorganizar em forma de homem moderno, para agir contra a necessidade básica, vital, de descanso.

Como a sociedade é moderna se ainda sentimos insegurança alimentar? Se sabemos do risco de recusar funcionar, por um dia que seja, o preço que isso cobra, no longo prazo.

Talvez seja um pouco mais complicado pra mim. Que posso contar com a medicina para solucionar, não o meu problema, mas o da sociedade comigo: o de continuar produzindo. Performando.

Quem é você quando não cumpre as expectativas do outro?

Qual é o seu rótulo hoje, agora? Preguiçoso? Distraído? Teimoso? Workaholic? Lento?

Mas não posso contar com a medicina para aliviar meu sofrimento. Com o que posso contar quando do chão não passa, mas no chão, por mais que se jogue para cair... não cai?

Não perca tempo, a máquina não vai parar Nem esperar por você ou por ninguém Não se distraia, mantenha o passo, siga o fluxo Cumpra a meta e não esqueça de sorrir

Com orgulho ou desprezo A vaga é sua até não ser mais Tão fácil substituir

Você perdeu espaço e valor O mundo do trabalho é sem remédio Peça obsoleta, encaixes desgastados Todos sabiam esse dia iria chegar

Quando o cansaço torna difícil suportar O custo é alto mas não há pra onde correr Se recomponha, tome um remédio pra acelerar Um relaxante e oito gotas pra concentração

Sinta fluir Você é parte da engrenagem Sinta apertar e explodir

Você perdeu espaço e valor O colapso do indivíduo é sem remédio Peça obsoleta, encaixes desgastados A máquina não vai te esperar

Mantenha o passo, sempre sorrindo Com ordem e progresso Mantenha o passo, siga o fluxo Até morrer

A doença ingerida diariamente O vazio que não dá pra preencher Com anúncios ou mentiras ou remédios O sofrimento que mata sem perceber Sinta fluir, você é parte

Sob a lente dos óculos escuros encarei sem desviar o olhar. Eu, com meus olhos expostos, que mudavam de cor a cada estação. O tempo vai adicionando cor aos dias. É o que dizem os jornais: Annie Hall é a mulher mais corajosa hoje em dia. As mariposas de asas escuras voam em linha reta pra dentro do fogo por excesso de sabedoria. Apesar de seu para sempre, o salão da festa de formatura do nosso último encontro não existe mais. Hoje ali funciona um estacionamento. E do meu fantasma, você se ainda lembra? Como se fosse ontem... Do meu toque em seus dedos. Do arrepio em sua nuca. Do vulto em casa sozinha. Do pressentimento que vai me encontrar ao virar a esquina. De olhar para trás e não me ver mais ali.

Você é a flor. Eu sou a sombra. O sol cruzou o céu e nos encontramos. O sol cruzou o céu e ontem a noite eu vi um vulto de uma pessoa ainda viva que eu sabia quem era.

O papel em branco é inofensivo. O papel do escritor é torna-lo violento. O papel da história é morrer nos olhos de quem é vivo. O papel de quem é vivo é morrer um dia.

O tempo levando tudo que é seu embora e você não revida? Pensa se vale a pena até isso?

Revidar é um estilo de vida.

Suas mãos mergulhavam direto na argila e a forma nascia. A mão pensava junto com a mente. Um dedo pressionava aqui, outro alisava ali – cada gesto era simultaneamente pensamento e ação.

O jovem perguntou: “Mestre, você não revisa? Não planeja?”

O Mestre respondeu: “A revisão é o inimigo da forma pura. A primeira impressão da mente na matéria é a mais verdadeira. O caminho mais curto é não ter caminho – é ser o caminho.”

Parou por alguns segundos de trabalhar. Fitou o jovem com olhar desconfiado, e esbravejou: “Mestre... É cada uma... Vosmece não se aprume não que eu lhe meto a rola em você viu besta fera.”

O jovem riu da brincadeira.

Mas o mestre apenas manteve o mesmo semblante. Esculpido em sua face, o hunter eyes.

O jovem ficou sério e preocupado. Um pouco envergonhado. Ensaiou, mas achou melhor não perguntar: “Será que o mestre... teria mesmo coragem de me comer assim, por coisa pequena, coisa besta sem motivo?”

O jovem viveu por mais cinquenta anos após a morte do mestre. Se tornou, também, ele próprio um mestre da argila. Podendo observar outros jovens como ele também fora um dia.

Todos os dias se perguntava, olhando para algum dos jovens, a mesma coisa: “Agora mestre... Teria eu... Coragem... Mesmo sem a menor vontade, mas apenas de maneira arbitrária... De traçar um desses pivete?”

Nem mesmo na argila esculpida para isso encontrou resposta.

O tempo que o relógio marca devora o próprio relógio. A natureza do tempo é essa: (des)fazer. O tempo escreve aquilo que o tempo apaga. Tenho andando tão ocupado que não da tempo de fazer nada. Para lá e para cá, no ir e vir, no dia a dia é a rotina que devora os sonhos. Se não posso parar para fazer nada, como é que eu vim parar fazendo isso? A vida depois dos 30 é argamassa. A estabilidade conquistada, o cansaço da conquista, consigo sobreviver mas é só isso? Já se ousou sonhar e por experiência sabe como o mundo funciona. Entende o que é o risco. Entende o que é ser empurrado para baixo, compactado, ignorado, por ter tentado. Nós admiramos quem nós mesmos desacreditamos. Ter obrigações nos torna sãos no mundo da obrigação. Eu precisava conversar mas ninguém pode parar pra ouvir. São 15h09 da tarde de uma sexta-feira. Todas as pessoas que conheço estão ocupadas.